segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

HISTÓRIA E MEMORIA


                            Crise da História, crise da Memória





Um dos fenômenos mais trágicos das sociedades pós-modernas é a ausência (ou perda) da memória, seja ela individual ou coletiva. Sim, hoje o homem é um infeliz desmemoriado. Carente, necessitado e angustiado, ele recusou a memória, pois há cerca de quarenta anos a pedagogia construtivista baniu a “decoreba” dos bancos escolares.
Na Educação, decorar passou a ser sinônimo de injúria, de ofensa, uma desqualificação para o educador. Paulo Freire (1921-1997) e muitos pedagogos atuais se esqueceram que decorar significa “saber de cor”, com o coração, pois quando se ama o conhecimento, ele é adquirido primeiro com o coração, depois com a mente.
O fundador da memória medieval – e, de certa forma, da Idade Média – é Santo Agostinho (354-430). Segundo ele a memória guarda o que se aprende com a educação – com as sete artes liberais. Pois se não fosse a memória, o conhecimento da literatura, da dialética, por exemplo, seriam como o perfume, odor que afeta o olfato, mas que logo se desvanece no ar (Confissões, X, 9).
Portanto, ora os medievais destacam a memória com método auxiliar da Retórica, uma das disciplinas do trivium, ora enfatizam a importância da memória em todo procedimento de estudo, como é o caso da Escola de São Vítor.
Considerada uma das bases da compreensão humana, a memória foi, na Idade Média, motivo de profunda meditação, tanto em relação ao estudo do homem quanto da educação e a aquisição da Sabedoria. Sem a memória, não havia estudo, nem conhecimento, muito menos razão. Com ela, a civilização do ocidente medieval acumulou ciência e refletiu seu sentido e finalidade.
Texto: História e memória: a importância da preservação e da recordação do passado de
Ricardo da Costa. 



Curiosidade

DINÂMICA: TESTE DE MEMÓRIA

Objetivo:
Observar como a tese de que guardamos: “25% do que ouvimos, 50% do que vemos e ouvimos e 75% do que vemos, ouvimos e participamos” e que quando só ouvimos acrescentamos elementos subjetivos ao que ouvimos, e como isto altera a estória e por transposição aquilo que experimentamos.

Número de pessoas:
Indiferente


 Material necessário:


Uma estória rica em detalhes. Pode ser usada a seguinte: “O rapaz taciturno e triste estava no ponto de ônibus lotada, que ia para Itapecerica, quando subitamente ouviu uma freada e um estrondo. Ao se aproximar do aglomerado de curiosos que se ajuntou no local, onde o Monza azul metálico do homem de terno, com maleta de executivo de grande empresa, havia batido no Fusca vermelho-vivo da loirinha com cara de miss Brasil que afirmava não ter seguro e que se dividia em dar razão ora a um, ora a outro, perdeu o ônibus que passou logo em seguida, e passando a meio caminho, ficou indeciso entre voltar frustrado para a casa ou esperar nervosamente pelo próximo horário”.

Como fazer:
Escolher três pessoas que devem sair da sala ficando em lugar onde não possam ouvir o que será dito aos demais. Contar a estória às pessoas presentes na sala e pedir que observem o desenrolar da dinâmica com atenção. Chamar a primeira pessoas e ler para ela, pedindo que preste bastante atenção, uma vez apenas. Chamar a segunda pessoa e pedir que a primeira conte à partir de sua memória a estória. Chamar a terceira e pedir que a segunda conte o que ouviu da primeira. Reler a estória em voz alta para que se perceba quais elementos se acrescentaram e quais se omitiram durante a dinâmica.

www.pj.org.br

Assistir este pequeno vídeo acessando em:
http://youtu.be/Ky_mI14yK7g